SAUDAÇÕES!

A cada dia vemos a necessidade de ajudar o planeta de alguma forma. Enquanto algumas entidades discutem em congressos mundiais, podemos, em nossa própria casa, bairro, cidade ou região, ir dando um apoio também.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL é uma forma de atingir metas. Através dela podemos levar conhecimentos e dinâmicas para diversas pessoas, inclusive as crianças, que são solos férteis para o cultivo dessa idéia e também nunca esquecendo dos adultos.
Hoje estou mostrando um pouco de tudo que há de belo e diferente no mundo. A função do "ZooTerra" é emergir novidades. Quem sabe você, ou seu próprio filho, não desperte uma vontade de estudar tal bicho futuramente e contribuir para o mundo?
Por isso tudo, lanço uma pergunta: O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO PARA SALVAR O MUNDO?

quarta-feira, 14 de julho de 2010

por Herton Escobar
Fonte: estadao.com.br/ciencia


Hoje vou fugir um pouco do formato básico deste blog para fazer uma reflexão editorial sobre um tema que foi levantado esta semana em meio às chamas que destruíram a coleção de cobras e aranhas do Instituto Butantan (IB).

Em entrevistas à imprensa, o ex-diretor da Fundação Butantan (braço privado do IB, que faz a gestão financeira do instituto), Isaias Raw, defendeu a priorização da produção de vacinas no Instituto e menosprezou as pesquisas feitas com a coleção. Disse que a função do IB era salvar vidas e não “ficar brincando com cobra” e que a ciência feita pelos pesquisadores da coleção era de “quinta categoria”.

Logo, vieram me perguntar: “Mas e aí, os caras lá são bons mesmo?”

Essa pergunta é extremamente difícil de ser respondida. Em geral, quem tem um bom conhecimento de ciência olha para um cientista e sabe se ele é bom ou não é. Mas como é que você “prova” isso estatisticamente? Sem conhecer nenhum dos pesquisadores do Butantan pessoalmente, como é que você definiria se eles são cientistas de primeira, segunda ou terceira categoria?

Ironicamente, definir um bom cientista cientificamente não é nada fácil. Seja qual for o parâmetro escolhido, alguém sempre acaba injustiçado. Tanto que a definição de mérito para distribuição de bolsas e seleção de projetos é um dos temas mais polêmicos da política científica – não só no Brasil, mas no mundo todo.

Por exemplo: Quem é o melhor cientista, aquele que publica mais, aquele que ensina mais, aquele que patenteia mais, aquele que faz pouca pesquisa, mas atrai muitos recursos (financeiros e humanos) para sua instituição…?

E se considerarmos apenas as publicações, quem é o melhor: aquele que publicou 10 trabalhos medianos em 1 ano, ou aquele que publicou 1 trabalho revolucionário em 10 anos? Aquele que só publicou trabalhos medianos certamente não vai ganhar o Prêmio Nobel, mas talvez ele tenha orientado e formado muito mais alunos do que aquele que fez uma descoberta bombástica no mesmo período. E aí? Quem é o melhor cientista? Quem merece ganhar mais dinheiro e ter ar-condicionado na sala?

A resposta “correta”, claro, é que precisamos de todos os tipos de cientistas. Precisamos de pesquisadores audaciosos, empreendedores, do tipo Craig Venter, que buscam descobertas revolucionárias e não perdem tempo com “picuinhas”. Precisamos de pesquisadores-professores inteligentes, que se dediquem a formar jovens cientistas competentes e fazer boas pesquisas, sem se preocupar necessariamente em ganhar um Prêmio Nobel. Precisamos também de bons cientistas curadores, educadores, expositores, oradores, escritores, divulgadores, que talvez nunca publicaram um trabalho de impacto, mas que sabem transmitir o conhecimento da ciência para o grande público de maneira inteligente, seja na forma de um livro ou de uma exposição, fazendo com que as pessoas entendam, apóiem e se entusiasmem pela ciência. Etc.

Aos olhos de alguém como o Dr. Isaias, que dedicou sua vida ao estudo e à produção de vacinas, o trabalho de alguém que dedica a vida a descrever espécies de cobra guardadas em vidros com álcool pode parecer totalmente irrelevante. Mas obviamente que não é. Claro que a importância da produção de vacinas é inegável, inquestionável, mas as milhares de pessoas que visitam o Instituto Butantan todos os meses não vão lá para olhar as fábricas de vacinas. Vão lá para ver as cobras e aprender sobre elas! Ou alguém aí já viu uma criança com a cara grudada no vidro e a boca aberta de espanto olhando pela janela de uma fábrica? “Mamãe, olha só aquela linha de produção, que incrível!!! Tira uma foto?”…. Acho que não.

Pois então: é só graças a essas coleções biológicas e graças ao trabalho desses cientistas “de quinta categoria” que conhecemos os nomes, os habitats e o comportamento de todas essas cobras e aranhas fascinantes. Que graça teria viver cheio de saúde num mundo sobre o qual não conhecemos nada?
Ciência não precisa salvar vidas nem ganhar Prêmio Nobel para ser boa. Só precisa ser boa.

domingo, 25 de abril de 2010

JACARÉ, ALIGÁTOR, CROCODILO OU GAVIAL - Final



CROCODILIANOS E O HOMEM

Não bastasse o fato do homem caçar os crocodilianos para a confecção de bolsas, sapatos, carteiras, cintos, etc., existe também a alimentação. Atualmente criadouros de crocodilianos atuam justamente para suprir a demanda que o mercado exige. Restaurantes cobram um valor altíssimo por um prato à base de carne de crocodilo ou jacaré e quanto mais raro for o animal, maior o preço. Com essas atitudes, felizmente, são poupados, uma vez que seriam tirados direto da natureza.





Outra ação humana impactante é o crescimento populacional. Algumas espécies, como o aligátor-chinês, que vive no leste da China em uma pequena área, estão em alerta máximo, pois corre alto risco de extinção. O gavial-do-ganges é outro exemplo que apesar de estar muito ameaçado está incluído em bons programas de conservação. Mas e aqueles que não estão? É algo para se pensar...

Sensacionalismo é tudo que as pessoas querem ver e para isso tem muito apresentador que faz verdadeiras artes para se mostrar promovendo mais o marketing pessoal. O ideal seria mostrar o animal, falar sobre sua biologia, importância ecológica enfim, mas não é o que acontece.




O desrespeito é tanto e a vontade de querer ser superior acaba colocando a vida das pessoas em risco. Praticar a educação ambiental com animais é algo muito discutido e deve ser feito de forma consciente e coerente. Não é agradável observar apresentações onde o homem humilha o animal, mesmo que este ganhe uma salva de palmas no fim do show. É ridículo!



Particularmente, adoro quando o touro vence o toureiro! O caso abaixo foi divulgado no mundo inteiro. “O crocodilo, de 200 quilos e 17 anos, do zoológico de Kaohsiung, no sul de Taiwan, recebia tratamento do veterinário Chang Po-yu quando atacou o médico. O bicho não comia havia uma semana por conta de uma doença e mordeu o antebraço de Po-yu. Para conseguir recuperar o membro, a polícia acabou matando o crocodilo”. Um crocodilo abocanhou o antebraço de seu veterinário (que irônico). "O veterinário achou que o bicho já estava dormindo devido ao sedativo que havia aplicado". Cômico!




Que tubarão-branco que nada. A onda agora é nadar com crocodilos. Muitos zoológicos, preocupados com o bem-estar animal e educação ambiental, traçam formas diferentes de colocar as pessoas em contato com os animais. Há aquários que oferecem ao visitante (mediante uma taxa considerável) a oportunidade de mergulhar com os peixes.

Na cidade de Darwin, no nordeste da Austrália, turistas podem mergulhar com crocodilos de água salgada de até 5,5 metros de comprimento. O Parque Crocosaurus Cove, apelidada de “Jaula da Morte”, deixa o turista cara a cara com os répteis durante 15 minutos na água. Apenas uma caixa transparente de acrílico com espessura de 4 cm e com 2,8 metros de altura protege o turista das mandíbulas dos crocodilos gigantes.




CURIOSIDADES


* Não! Esta ave, a tarambola-egípcia (Pluvianus aegyptius), não é suicida. Ela simplesmente está se alimentando de parasitas que se alojam na boca do crocodilo.

* Quanto mais velho, melhor o desempenho sexual.

* Estima-se que seu olfato seja 10.000 vezes melhor que do homem.

* É difícil determinar a longevidade dos crocodilianos, a menos que alguém passe a vida inteira com o animal, o que é difícil. Porém, em um zoológico da Rússia, um crocodilo foi capturado em 1890 (com idade estimada em 8 anos) e viveu cativo por 107 anos, ou seja, 115 anos aproximadamente. De forma geral, acredita-se que, em natureza, vivam de 30 a 50 anos e em torno de 80 anos em cativeiro.

* As glândulas desalinizadoras, presentes nos crocodilos, filtram o excesso de sal que poderia entrar no corpo do animal, por isso, raramente pode-se ver um jacaré ou aligátor em água salgada, pois não sobreviveriam muito tempo.


POR QUE PRESERVAR?

Os crocodilianos são importantes para o homem, pois estão associados à predação de algumas espécies nocivas à saúde.

Estão inclusos praticamente ao longo de toda a cadeia trófica, sendo de extrema importância para a manutenção dos ecossistemas


FONTES


AZEVEDO, J. C. N. 2003. CROCODILIANOS: Biologia, Manejo e Conservação. Ed. Arpoador

Guia ilustrado O MUNDO DOS ANIMAIS – Répteis, Anfíbios e Invertebrados I

Guia ilustrado OS BICHOS – Jacarés e Crocodilos

www.crocosauruscove.com/cage.htm

www.biolib.cz/en/gallery/dir553/

www.iucnredlist.org

www.arkive.org




Desperte sua curiosidade e pesquise mais sobre esses magníficos animais!



Abraços.







segunda-feira, 19 de abril de 2010

JACARÉ, ALIGÁTOR, CROCODILO OU GAVIAL - 3ª parte



BRASILEIROS

Agora que sabemos algumas diferenças básicas e simples quanto à classificação dos crocodilianos a ênfase maior será em nossos animais.
É importante conhecer quem são os crocodilianos, onde vivem o que comem, mas tão importante quanto saber sua biologia é saber que correm risco e precisam de nossa ajuda.
O Brasil possui espécies muito interessantes. De 8 espécies da família Alligatoridae 6 ocorrem aqui e em países vizinhos. Antigamente eram muito utilizados em restaurantes como pratos “diferentes”, mas felizmente, hoje não são tão perseguimos justamente pela criação de criadouros voltados para o comércio de sua carne e pele, principalmente, mas não significa que estão livres da caça. Porém, em áreas não protegidas ou com pouca fiscalização do IBAMA e outros órgãos, teoricamente “competentes”, estão sendo dizimados. A fiscalização com pessoal adequado, treinado e da área facilitaria a sobrevivência das espécies, mas o que verificamos é um pessoal incapacitado que é subornado a todo o momento e, o pior, números reduzidos de fiscais por área fiscalizada. É como se fosse 1 fiscal para atender o Estado da Bahia inteiro e, mesmo assim, desprovido de condução própria tendo que pegar carona para chegar até seu objetivo. Um absurdo! Mas, é isso que acontece quando se possui um governo corrupto e ganancioso.

Jacaré-açu (Melanosuchus niger)

Comprimento: 6 m
Lista Vermelha (IUCN): Baixo risco de Extinção, depende de conservação.
Habitat: rios de águas calmas, riachos, lagos, igarapés e alagados em terras úmidas.
Alimentação: invertebrados, piranhas, bagres, catetos, capivaras.
Reprodução: constrói o ninho durante a estação seca e põe de 30 a 60 ovos que são incubados por 42 a 90 dias.
Curiosidade: mostram maior atividade de caça à noite tendo visão e audição agudas.

Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris)


Comprimento: M = 3 m; F = 2 m
Lista Vermelha (IUCN): Baixo risco de Extinção
Habitat: pântanos, brejos, estuários, açudes e rios
Alimentação: invertebrados e pequenos vertebrados; os filhotes são insetívoros em potencial; adultos têm força para esmagar cascos de tartaruga.
Reprodução: constrói o ninho próximo da água, no início do período chuvoso, e deposita de 20 a 60 ovos que são incubados por 60 a 90 dias.
Curiosidade: nesta espécie o macho ajuda a fêmea a construir o ninho e cuidar dos filhotes e quanto mais velha for, mais ovos depositará.

Jacaré-do-pantanal (Caiman yacare)


Comprimento: M = 3 m; F = 2 m
Lista Vermelha (IUCN): Baixo risco de Extinção
Habitat: pântanos, áreas alagadas, rios e lagos. Associa-se a vegetação flutuante.
Alimentação: invertebrados aquáticos (caranguejos e caramujos), peixes, capivaras, catetos e serpentes.
Reprodução: ocorre no meio da estação chuvosa; além de construir o ninho em terra firme não é raro vê-los sobre a vegetação flutuante; deposita de 21 a 38 ovos que são incubados por 80 dias.
Curiosidade: devido a grande pressão de caça que sofreu, e quase o levou à extinção, as fêmeas chegam a abandonar o ninho na presença do homem.

Jacaretinga (Caiman crocodilus)


Comprimento: M = 2,50 m; F = 1,50 m
Lista Vermelha (IUCN): Baixo risco de Extinção
Habitat: extremamente adaptável a todos os tipos de habitats fluviais, entretanto, prefere águas mais calmas.
Alimentação: invertebrados aquáticos quando jovens e vários vertebrados maiores (peixes, anfíbios, répteis, aves aquáticas e pequenos mamíferos), quando adulto.
Reprodução: tornam-se adultos entre 4 e 7 anos. A fêmea procura um local protegido para depositar os ovos, de 14 a 40, e protege os ovos pacientemente por 90 dias de incubação.
Curiosidade: animais não dominantes crescem menos, devido ao estresse e não têm chance de reproduzir; existem duas subespécies: Caiman crocodilus apaporis e Caiman crocodilus fuscus.

Jacaré-paguá (Paleosuchus trigonatus)


Comprimento: M = 2,60 m; F = 1,50 m
Lista Vermelha (IUCN): Baixo risco de Extinção.
Habitat: córregos florestais rasos; adultos passam a maior parte do tempo em tocas situadas longe da água.
Alimentação: juvenis comem grandes porções de invertebrados terrestres, e os adultos incluem vertebrados como: serpentes, roedores e peixes.
Reprodução: a fêmea constrói o ninho antes do período chuvoso e põe de 10 a 20 ovos que incuba por 115 dias; atinge a maturidade aos 1,30 m e o macho 1,40 m.
Curiosidade: existe registro desta espécie a altitudes de 1.300 m, o que é considerado muito alto para um crocodiliano.

Jacaré-coroa (Paleosuchus palpebrosus)

Comprimento: M = 1,60 m; F = 1,20 m
Lista Vermelha (IUCN): Baixo risco de Extinção.
Habitat: rios com vegetação marginal, córregos e florestas alagadas ao redor de grandes lagos.
Alimentação: os filhotes são insetívoros; adultos comem peixes, caranguejos, camarões e moluscos.
Reprodução: durante a estação chuvosa o ninho é construído com vegetação e lama onde a fêmea põe de 10 a 25 ovos que são incubados por 80 a 90 dias.
Curiosidade: sua pele dura trouxe duas vantagens: uma super proteção para seu corpo e a desvalorização do valor comercial de sua pele, impedindo a pressão da caça.



Próximo domingo a última parte dos crocodilianos.
Boa semana!
Abraços




domingo, 11 de abril de 2010

JACARÉ, ALIGÁTOR, CROCODILO OU GAVIAL - 2ª parte

VERDADES OU LENDAS

Crocodilos comem pedras?
Os crocodilos chegam a ingerir até 5 kg de pedras, mas os jacarés não costumam fazer isso. Porém, as pedras ingeridas podem ajudar na digestão, além de incorporar um pouco o peso facilitando o equilíbrio do animal dentro d’água.

O dente do aligátor é mágico?
CLARO QUE NÃO! Na Flórida existe uma lenda em que o dente do aligátor tem forte poder de proteção contra picada de serpente. Os antigos dizem que o animal é imune a peçonha. Acontece que o aligátor tem uma pele dura demais, sendo intransponível uma picada.

Os crocodilos choram?
Não choram. O termo “lágrima de crocodilo” é usado popularmente por pessoas que choram falsidade. O que acontece é que o animal secreta lágrimas para umedecer as córneas quando está fora d’água e nunca por expressar algum sentimento.

Os crocodilianos originaram-se do homem?
Mais uma lenda, pois os crocodilianos surgiram dos répteis pré-históricos. Na África, existe uma história indígena de um homem chamado Ginja, que pegou fogo e se jogou no rio para apagar as chamas. Só que o calor encheu sua pele de bolhas, por isso tornou-se o primeiro crocodilo.


REPRODUÇÃO

A maturidade sexual de um crocodilo depende mais do tamanho do que sua idade. Ao contrário do ser humano, os crocodilianos não possuem cromossomos sexuais, os filhotes terão o sexo determinado não pela concepção, mas pela temperatura na qual os ovos foram incubados. Abaixo de 30ºC produzem fêmeas; acima de 30ºC produzem machos e se a temperatura for fixada em 30ºC podem nascer ambos os sexos.

Os jacarés e crocodilos constroem ninhos diferentes, mas com o mesmo propósito: manter os ovos aquecidos até que eclodam.





Ninho de jacaré

CUIDADO PARENTAL

Os crocodilianos são os répteis que mais apresentam cuidado parental com suas proles. Os pais protegem seus filhotes até eles atingirem a maturidade suficiente para viverem sozinhos. Ensinam as crias a nadar e as carregam em sua boca para protegê-las de predadores. Os bebês crocodilianos são presas fáceis para aves de rapina e aquáticas, mamíferos e até outros répteis.


DIMENSÕES

As informações abaixo equivalem aos machos que possuem tamanho maior que suas fêmeas.

Crocodilo-marinho (Crocodylus porosus):
Comprimento: 7 m

Jacaré-açu (Melanosuchus niger):

Comprimento: 6 m

Gavial-do-Ganges (Gavialis gangeticus):
Comprimento: 6 m

Crocodilo-do-Nilo (Crocodylus niloticus):
Comprimento: de 5 – 6 m

Crocodilo-americano (Crocodylus acutus):
Comprimento: de 5 – 6 m
Crocodilo-venezuelano (Crocodylus intermedius):
Comprimento: 5 m
Aligátor-americano (Alligator mississippiensis):
Comprimento: 4,5 m
Após conhecer os maiores não poderíamos deixar de falar do menor:

Jacaré-coroa (Paleosuchus palpebrosus):
Comprimento: 1,6 m
Próximo domingo tem mais.
Abraços.

domingo, 4 de abril de 2010

JACARÉ, ALIGÁTOR, CROCODILO OU GAVIAL - 1ª parte




INTRODUÇÃO – HISTÓRIA NATURAL

Os crocodilianos atuais são muito parecidos com os que viviam há cerca de 230 milhões de anos. Descendem dos Archosauros que até 65 milhões de anos atrás governavam o reino dos répteis com grande inteligência.

Durante sua evolução, os crocodilianos passaram por diversas transformações e adaptações. O Pritichampus tinha pernas longas e corria atrás de suas presas; o Gracilisaurus erguia sobre as patas posteriores e ficava em pé; o Metriorhynchus não apresentava osteodermos e seus membros eram em forma de remo e assim vai...
Atualmente o maior crocodiliano é o Crocodilo-marinho, mas seus ancestrais tiveram grandes proporções. O maior deles é conhecido como Phobosuchus, que significa “crocodilo terrível”. Sua cabeça media 1,80 m e seus dentes 10 cm.


DIFERENÇAS

Comumente as pessoas chamam a todos os crocodilianos de jacaré ou crocodilo, ou seja, "tanto faz, é tudo réptil e vive na água mesmo". Mas, não é bem por aí. Devido algumas diferenças anatômicas eles são diferenciados em 3 famílias.
Abaixo, quanto sua cabeça, duas diferenças básicas para não errar quando observar um crocodiliano:



ESPÉCIES

São 23 as espécies de crocodilianos existentes no mundo:

FAMÍLIA – ALLIGATORIDAE

Alligator mississipiensis;
Alligator sinensis;
Caiman crocodilus;
Caiman latirostris;
Caiman yacare;
Melanosuchus niger
Paleosuchus palpebrosus
Paleosuchus trigonatus


FAMILIA - CROCODYLIDAE

Crocodylus acutus
Crocodylus cataphractus
Crocodylus intermedius
Crocodylus jhonstoni
Crocodylus mindorensis
Crocodylus moreletii
Crocodylus niloticus
Crocodylus novaeguinae
Crocodylus palustris
Crocodylus porosus
Crocodylus rhombifer
Crocodylus siamensis
Osteolaemus tetraspis
Tomistoma schelegelii

FAMÍLIA – GAVIALIDAE

Gavialis gangeticus


DÚVIDA CRUEL

Falso-gavial (Tomistoma schlegelii)

Existe uma discussão para saber se esta espécie seria classificada como Crocodylidae ou Gavialidae. Baseado em evidências morfológicas, o Tomistoma tem estado muito próximo aos crocodilos verdadeiros, entretanto, estudos bioquímicos e imunológicos sugerem que o Tomistoma esteja mais próximo do gavial (Gavialidea). Basta aguardar para ver o que os novos estudos dirão a respeito.

Comprimento: 5 m.
QUER SABER MAIS SOBRE CROCODILIANOS?

Próximo domingo tem mais…

Abraços.

terça-feira, 9 de março de 2010

QUEM CASA QUER CASA


O dito popular é bem real mesmo: quem casa quer casa. Mas como isso funciona?
Um ninho é uma estrutura construída pelas aves e alguns outros animais para ali porem os ovos e fornecerem proteção aos recém-nascidos.
Os ninhos das aves são em geral construídos com pequenos ramos, ervas ou outros materiais, muitas vezes "atapetados" com penas macias do seu próprio corpo ou de outras espécies. O ninho do joão-de-barro é dentro da 'casa' de barro que ele constrói. A maioria das aves constrói os ninhos nas árvores ou arbustos, mas outras como algumas águias e muitas aves aquáticas constroem-nos em zonas rochosas.

Muitos peixes, principalmente de água doce, constroem também ninhos, cavando o fundo do rio ou lago e adornando-o com pequenas pedras.
O ninho é uma estrutura onde, tanto as crias como os próprios progenitores, se encontram mais protegidos dos predadores.
Cada grupo tem um padrão distinto para os seus ninhos.


NIDIFICAÇÃO

A nidificação é uma atividade instintiva das aves. Na maioria aparece numa época específica do ano, mas há exceções.
Nidificação compreende o período que vai desde a reprodução até a construção de ninhos, postura e criação dos filhotes. É nesta época que as aves estão mais ativas, cantam mais, defendem seu território, podem ser melhor visualizadas e apresentam coloração mais atraentes nas plumagens.


NIDÍFUGAS

Estas aves abandonam o ninho muito cedo, ou seja, são mais independentes dos pais. Nascem e assim que abrem os olhos já são capazes de seguir os pais a procura de alimento. Exemplo: codornas, gansos, emas, galináceos, pavão, etc.


NIDÍCOLAS

Aves que necessitam de cuidados permanentes dos pais, pois sem esta atenção especial, morreriam de fome. Exemplo: Aves de rapina, pardal, canário, atobá, kea, fradinho, pomba, beija-flor, garça, sabiá, etc.


NINHOS DAS AVES


Flamingo-chileno (Phoenicopterus chilensis)

Seu ninho é feito de barro e pedaços de grama e gravetos. Para estimular a reprodução é necessária a presença de uma grande colônia, pois isto os mantém mais protegidos e se sentem a vontade para o sucesso reprodutivo.


Falcão-peregrino (Falco peregrinus)
Diferente de outras aves, o falcão-peregrino não constrói o ninho com galhos, folhas e penas e, sim, em algum rochedo alto e provido de uma superfície plana para seus filhotes não caírem.


Águia-calva (Haliaeetus leucocephalus)

Algumas águias usam o mesmo ninho durante anos, e assim ele fica cada vez maior, já que sempre o retoca a cada período reprodutivo. Houve um caso de um ninho com 2,8 m de largura por 6 m de altura e calculava-se em torno de 2 a 3 toneladas.


Ema (Rhea americana)
O macho é o único responsável pela incubação dos ovos. Após limpar uma pequena área no solo ele corteja várias fêmeas que acabam botando seus ovos no ninho dele.


Pingüim-imperador (Aptenodytes forsteri)
Cada casal cuida apenas de um ovo, que é incubado numa prega do abdome e colocado sobre as patas, de modo a ficar protegido do solo gelado da Antártida.


Cegonha-branca (Ciconia ciconia)
Construído no alto, protegido de predadores terrestres, seu ninho é um amontoado de galhos que vai aumentando a cada período reprodutivo. No fundo é utilizado um material mais macio como folhas, penas e gravetos.


Coruja-das-neves (Bubo scandiaca)

Ao contrário do que possa parecer, nem todas as corujas fazem ninhos em ocos de árvore. A coruja-das-neves é uma espécie que constrói seu ninho no chão. Os predadores não chegam perto, pois o macho fica constantemente defendendo o ninho.


Cabeça-de-martelo (Scopus umbretta)
Ninho com 2 m de diâmetro é construído na bifurcação do tronco das árvores. É feito de palha, ramos secos e folhas, unidos com lama. Sua abertura tem somente 15 cm de diâmetro.


Calao (Buceros bicornis)
O Calao possui uma forma peculiar de construir sua família: após o acasalamento, o macho, ajuda a fêmea a fechar a entrada do ninho (feito no oco de uma árvore) com uma mistura de excrementos e lama. Ela fica lá dentro por cerca de 40 dias e nesse tempo o macho a alimenta constantemente por um orifício que permite só a passagem do bico.


Uria (Uria aalge)

Fazem os ninhos, amontoando-se nas estreitas beiradas de rochedos sobre o mar. Choca apenas um ovo de cada vez, segurando-o entre os pés e cobrindo-o com o peito.

Curutié (Certhiaxis cinnamomeus)
Constrói seu ninho (feito de gravetos), em pequenas moitas próximas à ambientes aquáticos. O ninho é preso em forquilhas e galhos laterais, com o interior na forma de uma garrafa deitada.


Pica-pau-verde-barrado (Colaptes melanochloros)

O macho constrói o ninho em uma árvore, de preferência morta, onde a madeira é mais macia. A câmara incubatória é forrada por pequenos pedaços de madeira, produzidos durante a construção do ninho. Dois a quatro ovos brancos e brilhantes são postos, ambos os pais revezando-se na incubação

Arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus)

Faz ninho em buritizeiros e outras árvores ocas, mas em 95% dos casos, utiliza uma única árvore, o manduvi (Sterculia apetala), uma árvore de madeira macia, na qual as araras podem abrir cavidades onde fazer as “camas” para a cópula e a postura dos ovos. As camas são feitas com lascas da própria árvore, que elas retiram com os fortes bicos.


Tecelão-de-costa-dourada (Ploceus jacksoni)

Pássaro gregário costuma construir seu ninho em acácias. Utiliza longas folhas de gramíneas e fibras que vai entrelaçando até formar uma pequena bola. Após construção, o macho fica cantando e chamando as fêmeas para inspecionar seu ninho. Caso seja um bom construtor será pai de vários filhotes.


Beija-flor-tesoura (Eupetomena macroura)


O ninho, em forma de tigela, é assentado numa forquilha de arbusto ou árvore, a cerca de 2 a 3 metros do solo. O material utilizado é composto por fibras vegetais incluindo painas, musgos e líquens, aderidos com teias. Somente a fêmea incuba os ovos e constrói o ninho.


Bacurau (Nyctidromus albicollis)
A fêmea deposita seus 2 ovos amarelo-avermelhados manchados de marrom no chão, e os choca sozinha. Como substrato usa as próprias folhas que servem de camuflagem.


Trinta-réis-das-rocas (Sterna fuscata)
Põe um ovo diretamente sobre a rocha. Aninha em colônias de milhares de aves.


João-de-barro (Furnarius rufus)

Constrói o ninho mais resistente. Não utiliza o mesmo ninho por duas estações seguidas. Seu ninho, após abandonado, serve de ninho para outras espécies, como o canário-da-terra (Sicalis flaveola), tuim (Forpus xanthopterigyus) e outros.


Faisão-australiano (Leipoa aocellata)

O curioso nesta família, Megapodiidae, é o fato de serem as únicas aves que não chocam os ovos. Estes são postos pela fêmea em ninhos enormes, feitos de ramos, folhas e ervas, e depois cobertos com areia fofa. Sob o sol, isso funciona como uma incubadora.

Durante os dias de verão, o macho protege os ovos do calor excessivo cobrindo o monte com areia; de noite, ele remove a areia, permitindo assim a dispersão do calor acumulado. No outono, o processo se inverte.

Em cativeiro

O zoológico existe por algumas finalidades: educação, conservação, lazer e pesquisa. Mas, para ser mantida uma excelência no trabalho é preciso dedicação em todos os sentidos. Animais presos também necessitam de cuidados, tanto quanto aqueles de vida livre. Há momentos onde será necessário o biólogo intervir e dar algumas soluções para o desenvolvimento destas espécies, como por exemplo, a confecção de ninhos artificiais para que possa procriar normalmente.

iguras: A e B para patos que fazem ninho próximo da água, mas protegido dela; Em C são postos em alturas elevadas para que determinadas espécies possam voar até lá. Se isso não for feito a espécie não se reproduz adequadamente.

D- em cone, para promover proteção maior; E- galhos, gravetos, fibras, palha, são colocadas para o casal em um ponto do recinto. Se isso não estimular o casal a confeccionar o ninho, o biólogo terá que intervir montando um ninho ele mesmo.
F- Para algumas espécies é importante ter um longo corredor que desemboca numa câmara escura e bem espaçosa.

G- Certos periquitos não aceitam bem caixas de madeira. Nesse caso, um pedaço de tronco entalhado já é o suficiente para estimular a reprodução. Para isso, escolha uma madeira macia e inicie a escavação do ninho. O resto deixe para o casal terminar.

A bióloga Neiva Guedes (www.projetoararaazul.org.br) faz um excelente trabalho para a conservação das espécies ainda em vida livre. Graças a sua dedicação o número de araras vem aumentando na região do Pantanal.



Felizmente, muitas pessoas têm a visão ambiental e ajudam de todas as formas a fauna. Colocar ninhos artificiais (foto abaixo) é sempre muito bem vindo, mas para as espécies que utilizam ocos como tal. E as espécies que constroem ninhos abertos? Só mesmo as árvores e, com o desmatamento, queimadas e crescimento acelerado do homem fica mais difícil manter essa biodiversidade natural.

Portanto, fazer germinar mais sementes de árvores vem se mostrando uma boa alternativa para a fauna e também para o controle do gás carbônico, já que os vegetais utilizam muito esse produto na sua formação.


Ninhos diferentes

Com o avanço da sociedade para as áreas de mata o homem acaba expulsando as espécies para outros locais. Porém, há aqueles cosmopolitas, que se mantém por perto das cidades tornando-a seu habitat, ou seja, vivem bem ali e podem se alimentar e reproduzir como se fosse à natureza. É o caso de pardais, bico-de-lacre, periquitos, garças e de muitas pombas.

Um caso em especial foi de uma pomba Asa-branca (Patagioenas picazuro) que se instalou em uma área de construção, em Atibaia/SP. Na falta de material adequado para a confecção de seu ninho, os gravetos convencionais foram substituídos por arames e fios telefônicos. O resultado foi este:


Não podemos ficar questionando a presença dos animais nas cidades. Uma boa parte deles irão se instalar nos mais improváveis lugares e ali estabelecer sua vida:


Predadores

O ninho deve ser a fortaleza de um animal. Não somente utilizado para a reprodução como também para o repouso e segurança contra predadores. Mesmo com tantos cuidados o ninho pode ser atacado e perder toda a prole que ali se encontra.



Desperte sua curiosidade e pesquise mais sobre esses magníficos animais!



Abraços!


Fontes:

ANDRADE, M.A. 1993. A vida das aves: introdução à biologia e conservação. Ed. Lítera Maciel, Belo-Horizonte/MG, pág. 57-64.

STORER, T.I.; USINGER, R.L; STEBBINS, R.C.; NYBAKKEN, J.W. 2000. Zoologia Geral. Cia. Ed. Nacional, pág. 684-686.
SICK, H. 1986. Ornitologia Brasileira: Uma introdução. Ed. Universidade de Brasília, pág. 60-64

Revista Aviornis Internacional, Dezembro 2004 - nº 78, pág. 28-40.

Revista Aviornis Internacional, Agosto 2006 - nº 88, pág. 20-24.

Guia ilustrado O MUNDO DOS ANIMAIS – Aves I, II e III

Guia ilustrado OS BICHOS – Águias; Aves de rapina; Patos, gansos e cisnes

http://w3.impa.br/~luis/fotos/0811_aves/index-jb.html

http://fottus.com/animais/ninhos-de-passaros/

http://www.ecologia.info/aves-de-rapina.htm

http://www.projetoararaazul.org.br

http://www.wikiaves.com.br

http://www.wikipedia.com